A arte como área de conhecimento, compreende suas relações com as culturas dos povos por meio de manifestações que se expressam de diversas formas.
Essas manifestações são reveladoras de códigos e sentimentos específicos e múltiplos, que os diferentes grupos de pessoas e civilizações expressam.
De acordo com a LDB, Arte é uma disciplina e deve ser inserida na grade curricular nos Ensinos Fundamental e Médio. Deve ser vista com apoio psicossocial em sala de aula, bem como suporte para outras disciplinas.
As linguagens artísticas dão suporte às outras disciplinas, as quais os professores têm conhecimento, porque desde o desenvolvimento da coordenação motora para a escrita até a interpretação e contextualização do texto, a arte se faz presente.
Com arte, desenvolve-se no aluno a ação e o pensamento criativo, na construção do conhecimento. A arte deve constituir as bases interativas de processos pedagógicos que permitam ao professor uma atuação crítica e reflexiva, onde o maior resultado será o entendimento e o discernimento do aluno, que aprenderá a olhar, observar, enxergar, interpretar e relatar a obra que apreciou, com conhecimento.
Deste modo, o objetivo da aula relatada de experiência vivenciada e observada é proporcionar e oportunizar aos alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Fazenda Camporês”, localizada
Percebo que os conteúdos de Educação Artística, devem abranger os códigos de linguagem, respeitando a cultura dos alunos.
Todas as manifestações culturais sempre estiveram presentes na vida dos seres humanos. É importante que os alunos tomem conhecimento e percebam que, com arte, podem desenvolver todas as outras atividades. Basta olhar e analisar porque, a arte vai além do conhecimento, ela ultrapassa as barreiras da imaginação.
Segundo Coldwell Cook :
“A arte vai além da imaginação
Ultrapassa o raciocínio
Ilumina a imaginação
Acelera o corpo para ação”.
A área da Arte envolve um conhecimento que abrangem tanto a experiência do aprender sobre os produtos artísticos como o desenvolvimento do aprender a configurar significações com a realização de formas artísticas.
Aprender arte é desenvolver progressivamente um percurso de criação pessoal cultivado. Fazer arte e pensar sobre o trabalho que realiza, garante uma aprendizagem contextualizada em relação aos valores e modos de produção artística nos diversos meios socioculturais.
Entre todas as atividades manuais, a modelagem ocupa um lugar de destaque por desenvolver, simultaneamente, pensamento e ação.
A observação do objeto leva a pensar com precisão, na forma, aprimorando o intelecto.
O progresso, na maioria das artes, quer liberais, quer industriais, está na compreensão exata das formas. Nada melhor do que a modelagem para a expressão rápida e segura.
Outra grande vantagem que essa atividade apresenta é o desenvolvimento da ambidestria, pois exige o simultâneo uso das mãos, sendo esse desenvolvimento simultâneo de grande valia, não só do ponto de vista pedagógico, mas também, porque prepara o individuo para a vida ativa.
Sendo universal o sentido de construir, percebi que as crianças sentem-se naturalmente interessadas por essa atividade, não exigindo do professor esforços para encaminhá-las sem tal ocupação. As crianças sentem-se motivadas por conseguir concretizar seu pensamento. Vendo seu trabalho efetivamente construído.
Constatei ainda que a atividade com argila é terapêutica, relaxante e com alto valor agregado em termos de aprendizagem.
Inicialmente os alunos foram incentivados a pesquisar sobre a argila. Depois da troca de conhecimento acerca do tema a professora acrescentou ainda que a modelagem é uma técnica muito antiga e é usada desde a época dos homens das cavernas até os dias de hoje. Os homens primitivos já modelavam amuletos e utensílios domésticos, que serviam para armazenar alimentos, sementes, água, etc.
Num segundo momento a professora seguiu com uma atividade que apresentava algumas esculturas e um pequeno texto relacionados a elas e depois perguntas referentes à escultura apresentada. A primeira escultura estudada foi a Vênus de Willendorf e as demais foram: Escultura grega - Crísipo, Máscara africana , Escultura de Brancusi – Danaide , Escultura de Henry Moore.
O terceiro momento foi o mais esperado e prazeroso para os alunos, já que fizeram uma massa de farinha que depois foi usada por eles para modelar suas esculturas e para isso foi usado um modelo que eles escolheram para modelar e alguns escolheram um animal, outros boneca, outros ainda carros, etc. Depois de pronta a escultura a professora pediu a uma ajudante que as levassem para a cozinha e colocasse num forno a 180 graus e deixasse lá por 15 minutos. Para finalizar este momento as crianças iriam pintar suas peças depois com tinta acrílica.
Enquanto as peças estavam no forno à professora iniciou um outro trabalho de modelagem mais agora com a argila. Os alunos manusearam a argila para retirar eventuais bolhas de ar e a professora lembrou aos alunos que sempre que fosse necessário era para que eles lavassem as mãos ou umedecê-las. Esse trabalho com argila as crianças modelaram com a livre manifestação, sem modelo.
Constatei que a Manipulação do barro é um meio eficaz no processo de liberdade de cada criança; além de propiciar lazer, ainda liberta os movimentos, desenvolvendo a percepção, importante fator na formação da personalidade. Percebi ainda que a modelagem é um dos meios de preparação para a expressão do pensamento, porque o movimento das mãos, dos dedos, pouco a pouco, se submete aos impulsos íntimos e estes, ao processo ideativo. O que a palavra não conseguir exprimir, o movimento, a forma, o volume, o gesto, trazem a linguagem viva do mundo interior, refletindo o caráter, o temperamento, com fortes impressões da personalidade.
A criança ao trabalhar com o barro tem condições de dominá-lo, libertando assim, as suas tensões, caprichos, fadigas e depressões, pois é um material vivo, de ação calmante, disciplinador das ansiedades e condutor do equilíbrio das ansiedades e condutor do equilíbrio entre a ira e a euforia
O trabalho com a argila procurou desenvolver, nos alunos, motivação, sensibilidade, percepção, imaginação, autonomia e cognição.
Nesse sentido, pode-se mencionar que trabalhar com argila na escola foi uma experiência criativa, que propiciou o aprendizado de um conteúdo sob vários aspectos.
Envolver as mãos no barro foi uma atividade muito prazerosa para os alunos, que construíram com muito entusiasmo sua obra de arte. Foi um espaço aberto à aprendizagem do conteúdo nos aspectos científico e cultural. Mais ainda, tiveram a oportunidade de realizara reflexão filosófica de que nós somos um vaso sempre a modelar, nunca pronto, sempre necessitado do Divino Oleiro. Por todas as questões descritas, acredito que o trabalho desenvolvido sobre modelagem com argila configura-se como propulsor de conhecimento e oportunidade para troca de saberes.
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